ARTESANATO EM FIBRA DE BANANEIRA
FICHA TÉCNICA
Setor da Economia: secundário
Ramo de Atividade: indústria
Tipo de Negócio: produção de artesanato
Produtos Ofertados/Produzidos: peças artesanais em fibra de bananeira
Investimento inicial: 20mil reais
Área: 100m²
APRESENTAÇÃO
A cultura da banana sempre teve grande importância econômica e social para o estado do Espírito Santo e, sobretudo, para o município de Iconha, localizado às margens da BR 101 sul, sendo a bananicultura uma das mais importantes atividades econômicas do município. Iniciada na década de 60 atingiu o seu auge nas décadas de 70 e 80, desempenhando importante papel no desenvolvimento econômico municipal e tornando-se referência para o Estado.
Em 2000 foi feito um levantamento das vocações socioeconômicas do município, em que foi possível identificar a necessidade de ações direcionadas ao agronegócio familiar, com foco na agroindústria associativa e no agroturismo.
Somando-se as vocações ao potencial econômico do município, várias novas frentes foram abertas, dentre elas, a atividade de exploração e cultura da fibra da bananeira.
O SEBRAE/ES via Programa Sebrae de Artesanato fez o cadastramento e qualificação de artesãos organizados em associação, surgindo então a ASSOARTI (Associação de Artesãos do Município de Iconha), em setembro de 2001.
A valorização das fibras naturais é um processo muito importante no sentido de que agrega valor a um produto da terra, seja isso em que lugar for. Em nossa região, a bananeira é um vegetal abundante e é bom que possa fornecer matéria prima para o artesanato. Certamente essa atividade acaba por gerar trabalho e garantir sustento a um grupo considerável de pessoas, e esse é um aspecto relevante para um pais onde falta trabalho. O Brasil é o maior produtor e também o maior consumidor mundial e certamente o artesanato feito a partir da fibra desse vegetal pode transformar-se em um produto vigoroso e diferenciado, constituindo-se em fonte de renda familiar de grande importância.
MERCADO
O mercado deve ser analisado por três ângulos distintos: o consumidor, o concorrente e o fornecedor.
Diante do tipo de peça produzida dá para ter uma delimitação quanto ao seu público consumidor: peças artesanais voltada para a decoração de ambientes. Com base nessa premissa seu público está nas classes média e alta com intermédio, muitas vezes, de profissionais especializados: decoradores, designer de interiores, arquitetos, etc.
O segundo passo é contatar os fornecedores. Como a matéria-prima básica e principal desse tipo de produto é a bananeira, se você não for produtor deve procurar produtores agrícolas que cultivam a espécie frutífera.
O terceiro estudo é o mercado concorrente. Visite um artesão que produza por meio dessas fibras e aprenda com ele: processo, qualidade, tipo de peças, preços praticados, se tem funcionários, revestimento jurídico, tipo de instalação e principalmente o grau de satisfação dos clientes.
No município de Iconha predomina a agricultura no seu contexto econômico e a banana exerce um importante papel na formação da renda e na geração de postos de trabalho local, embora os preços baixos desse produto funcionassem como fator de inibição para a exploração em uma escala maior. No ano de 2001, o município chegou a ter uma produção de 12.750 toneladas por ano em uma área de 2.550 ha, empregando cerca de 600 famílias no meio rural e gerando uma renda média de R$4.250,00 por ano a cada família.
LOCALIZAÇÃO
O processamento artesanal da fibra da bananeira é recomendado que seja explorado em regiões que apresentem abundância na cultura desse produto agrícola. O local deve, ainda, ser propício ao desenvolvimento do agroturismo.
Deve oferecer infra-estrutura adequada e condições que propiciem o desenvolvimento do processamento. É fundamental avaliar a facilidade do acesso considerando a entrada de
insumos e expedição de produtos acabados. Procure instalar a unidade produtiva o mais próximo possível da fonte fornecedora.
As atividades econômicas da maioria das cidades são regulamentadas pelo Plano Diretor Urbano (PDU). É essa Lei que determina o tipo de atividade que pode funcionar em determinado endereço. A consulta de local junto à Prefeitura é o primeiro passo para avaliar a implantação da sua unidade produtiva artesanal. Na Prefeitura de Vitória o PDU é fornecido a partir de consulta no site.
ESTRUTURA
Você vai precisar de um galpão de aproximadamente 100m², onde serão executadas todas as etapas de processamento do artesanato. No galpão devem ser construídos, tanques servidos de água, bancada para a retirada das fibras, bancada para o preparo da massa, bancada para o acabamento das peças e sanitários.
Do lado de fora deve ser reservada uma área exposta ao sol para secagem das peças.
EQUIPAMENTOS
Os equipamentos necessários são:
- Facões e facas,
- Liquidificadores industriais;
- Peneiras;
- Prensas;
- Forno;
- Mesas;
- Lixas;
- Acessórios em geral para pintura.
INVESTIMENTOS
O investimento varia muito de acordo com o porte do empreendimento e do quantitativo de que dispõe o investidor. Considerando uma fábrica de pequeno porte, voltada para a produção artesanal, montada numa área de 100m², será necessário um investimento de R$ 20mil aproximadamente.
Obs.: os valores apresentados são indicativos e servem de base para o empresário
decidir se vale ou não a pena aprofundar a análise de investimento.
Investindo em INFORMATIZAÇÃO
Uma empresa informatizada tem grandes chances de sair na frente do concorrente. Além de facilitar os processos, garantem a segurança na tomada de decisões, melhora a produtividade e diminui os gastos.
Escolha um projeto abrangente que atenda toda a empresa, desde o gerenciamento de conteúdo para websites, até os controles administrativos (financeiro, estoque, caixa, cadastro de clientes, etc.).
PESSOAL
O trabalho artesanal requer mais tempo em sua elaboração, assim é necessário ter um número de pessoas proporcional ao quantitativo que deseja alcançar. Você vai contar com a colaboração de artesãos selecionados a partir de suas aptidões, pois são eles que vão revelar os “segredos” da produção do artesanato com a fibra da banana.
É recomendado que o trabalho deles seja orientado por um design, que além de definir as peças norteia sobre os tipos de produtos a serem fabricados e tendências de mercado. Além do designer, é necessária uma pessoa na definição da produção (qualidade, quantidade e custos) e outra na comercialização.
Você, pessoa jurídica formalmente constituída vai contratar a mão-de-obra artesanal sob a luz do direito privado que rege as relações trabalhistas: CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
PROCESSOS PRODUTIVOS
Fazer artesanato de fibra de bananeira é usar insumos naturais para transformar o simples no belo. A banana é uma fruta muito conhecida, mesmo quando falamos de um ponto de vista internacional. O que pouca gente sabe é que da bananeira, além do fruto, resultam de cinco a oito qualidades de fibras diferentes desde uma mais áspera até outra de textura mais fina e delicada.
A produção começa com o trabalho da colheita e traz um grande benefício adicional, pois aproveita o tronco normalmente deixado no chão o que facilita a produção de fungos que prejudicam toda a lavoura.
O tronco da bananeira tem uma característica engraçada. Ele é formado por camadas (capas) que se soltam facilmente e dele se extrai no mínimo cinco tipos de fibras. A primeira fibra, por sua resistência, serve para costura. Uma das fibras tem uma forma curiosa de ser, completamente lisa de um lado e áspera do outro. Algumas dessas fibras pegam colorido melhor do que outras e é preciso conhecer do assunto para escolher o material correto de acordo com o que se deseja. Em 15 minutos o tronco da bananeira é transformado em fibra e depois começa o processo de protegê-lo contra fungos e a secagem. O processo completo leva mais de três dias e depois é que tem início o trabalho de artesanato, que pode ser dividido em três classes de produtos: acessórios, peças e papel.
Acessórios
Com o uso destas quatro fibras (linha, clássica, renda e pobre) é possível fabricar caixas, bandejas, cestos, chapéus, almofadas, bonecas, tapetes, objetos de adornos, porta-retratos, balsas, jogos americanos, bijuterias, etc.
Etapas:
- Colheita do tronco;
- Retirada das capas;
- Retirada dos fios (das capas);
- Desinsetização;
- Secagem (o processo de secar as fibras pode ser feito naturalmente ao sol ou no forno);
- Produção do artesanato.
Peças
Depois de retiradas as capas chega-se no miolo do tronco. Esse miolo é usado para a confecção das peças: pratos, fruteiras, jarros, caixas, tigelas, etc.
Etapas:
- Cortar o miolo em pedaços pequenos;
- Triturar num liquidificador;
- Prensar;
- Fazer uma massa;
- Modelar as peças;
- Por para secar (naturalmente ao sol - mais ou menos 8 dias - ou no forno);
- Lixar manualmente (depois de seca);
- Pintar com pigmentos naturais;
- Impermeabilizar.
Papel
Na produção do papel são usados os troncos mais macios.
Etapas do processo de fabricação do papel:
- Cortar o miolo em pedaços pequenos;
- Triturar num liquidificador;
- Peneirar;
- Adicionar pigmentos;
- Espalhar bem a massa em uma folha de bananeira, dobrá-la e pôr para secar.
DIVULGAÇÃO
Para uma maior divulgação desses produtos, é preciso criar materiais para propaganda, como: catálogo, folder e, até mesmo, um banco de imagens para ser inserido em uma home page. Como diferencial competitivo, os produtos feitos pelos artesãos possuem formas diferenciadas dos demais produtos existentes no mercado, tendo como referência os de utilidade e decoração.
O artesanato da fibra da bananeira deve estar presente em feiras e exposições locais, regionais e nacionais. Nesses eventos sempre há grande aceitabilidade pelo público consumidor, o qual pode sentir em cada peça produzida o verdadeiro valor da mão-de-obra artesanal.
DIVERSIFICAÇÃO
Nesse ramo o fazer diferente está em grande parte nas mãos do designer, que deve estar atento às tendências da moda e do mercado e sempre inovar nas peças em modelos, formatos, cores, forma de apresentação.
NOTÍCIAS
Produtos Inovadores com a Fibra da Bananeira
Autor - Karla Fernanda Cardoso
A cultura da banana chegou a ser a principal fonte de renda dos agricultores do município de Iconha, ocupando uma área de 5.000 ha e, atualmente, estava reduzida a 2.550 ha, e, ainda assim, próxima à do café conilon (2.760 ha) que tinha grande relevância para a economia do município. Porém, com o decrescente valor comercial do fruto, cujo preço da caixa de 20 kg sofreu grandes variações, chegando ao preço máximo de R$ 8,00 a caixa e mínimo de R$ 3,50, os agricultores locais tiveram relevante redução da renda familiar e a saída seria buscar alternativas para agregação de renda na atividade já desenvolvida por eles. Essa era uma das preocupações da Dona Zoé Rodrigues (in memoriam), uma das maiores lideranças informais do município: “O município de Iconha poderia ter um produto que tivesse sua cara, diferenciando-se dos demais e que fosse fruto do trabalho de pessoas da comunidade que pudessem agregar renda com a atividade econômica local, e esse produto deveria se transformar em referência para o município de Iconha.”
Fonte: http://www.casosdesucesso.sebrae.com.br
REGISTRO ESPECIAL
Para registrar sua empresa você precisa de um contador. Profissional legalmente habilitado para elaborar os atos constitutivos da empresa, auxilia-lo na escolha da forma jurídica mais adequada para o seu projeto e preencher os formulários exigidos pelos órgãos públicos de inscrição de pessoas jurídicas. Além disso, ele é conhecedor da legislação tributária à qual está subordinada a nossa produção e comercialização. Mas, na hora de escolher tal prestador de serviço, deve-se dar preferência a profissionais qualificados, que tenha boa reputação no mercado e melhor que seja indicado por alguém que já tenha estabelecido com ele uma relação de trabalho.
Para legalizar a empresa é necessário procurar os órgãos responsáveis para as devidas inscrições:
- Registro na Junta Comercial; - Registro na Secretaria da Fazenda; - Registro no INSS; - Registro na Prefeitura para obter o alvará de funcionamento;
- Registro no Sindicato Patronal (empresa ficará obrigada a recolher por ocasião da constituição e até o dia 31 de janeiro de cada ano, a Contribuição Sindical Patronal); - Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social - INSS”;
- Você deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar a sua fábrica artesanal para fazer a consulta de local.
BIBLIOGRAFIA
- Sites:
http://www.casosdesucesso.sebrae.com.br
http://www.cyberartes.com.br
http://www.incaper.es.gov.br
http://www.universoarte.com.br
http://www.gentedefibra.com.br
- BANANEIRA FIBRA CAPIXABA. Fita de vídeo. Programa SEBRAE de Artesanato.
ÁREA RESPONSÁVEL: UCE – Unidade de Capacitação Empresarial
DATA DE ATUALIZAÇÃO: 01/05/2006
7 comentários:
moro no sitio perto de Pratapolis M.G. gostaria imensamente de saber se voce tem apostila de artesanato em fibra da bananeira .
Adoro este artesanato e estou precisando ajudar meu marido financeiramente. obrigada
TRABALHEI POR MUITOS MESES NA DEDICADA ARTE DA FIBRA DE BANANEIRA, ME DESENVOLVI EM VÁRIOS CURSOS DA REGIÃO DE PERUÍBE MAS NÃO FOI ADIANTE O TRABALHO QUE VINHA DESENVOLVENDO COM A FIBRA. lÁ EU ENSINEI MAIS DE 300 MULHERES A TRABALHAR COM A FIBRA DESDE DE SEU CORTE ATÉ SEU ARMAZENAMENTO.O LOCAL ERA DA PREFEITURA DA CIDADE DE PERUÍBE E PARA ELES NÃO FOI INTERESSANTE MANTER O PROJETO.ESSA FOI UMA DAS ARTES QUE ME DEDIQUEI A APRENDER , QUE MAIS ME DÁ PRAZER.
PARABÉNS..MUITO IMPORTANTE TUDO O QUE ESTA POSTADO NESTE BLOG...TRABALHO COM ARTE A 10 ANOS E A FIBRA É MUITO IMPORTANTE PRA MIM...MUITO OBRIGADA PELAS DICAS
MADALENA RECH ARTESÃ BRAÇO DO NORTE SANTA CATARINA
Adorei o blog.. sou fâ de artesanato.. Tenho um blog sobre estantes em madeira.. Utilizo sementes na ornamentação.. Talvez eu pudesse usar a fibra de alguma forma.. Se alguem quizer conferir o endereço é: www.artmobilis.blogspot.com
Bjusssssss...
gostaria de receber apostilas sobre trabalhos com fibras da bananeira e a extração da fibra e o tratamento dela.
gostaria de receber apostilas sobre trabalhos com fibras da bananeira e a extração da fibra e o tratamento dela.
Gostaria muito de aprender a trabalhar com fibras de Bananeiras.
Se possível um curso no RJ.
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